WhatsApp Button
Fale Conosco pelo WhatsApp
Scroll Top

OS 4 PILARES DA FELICIDADE POR UMA PERSPECTIVA ARISTOTÉLICA

pilares
OS 4 PILARES DA FELICIDADE POR UMA PERSPECTIVA ARISTOTÉLICA

Não é segredo para ninguém como vem aumentando os níveis de estresse, insatisfação com a vida, baixa autoestima, sensação de inferioridade, ansiedade, etc. por toda a sociedade. Os motivos disso são os mais variados, como as mídias sociais, a busca excessiva por prazer, o consumismo excessivo ou a valorização que a sociedade dá para pessoas que trabalham compulsivamente. Constantemente buscamos, por estes meios e atitudes, a felicidade, mas sem verdadeiramente compreendê-la. Sem uma compreensão interna deste tópico, autoconhecimento e entendimento do hostil mundo em que vivemos, alcançar a felicidade torna-se um processo quase impossível.

Para Aristóteles, é levando uma vida virtuosa que alcançamos a felicidade. As pessoas hoje em dia sempre estão em busca de prazer, acreditando que o prazer e a felicidade são sinônimos ou que é apenas pelo prazer que alcançamos a felicidade. O prazer consiste em uma escalada de dopamina por meio de uma ação que leva ao bem-estar principalmente, mas não necessariamente, físico. Felicidade, por outro lado, apesar de apresentar um certo grau de prazer, diz respeito ao nível de satisfação com a vida que se leva e aceitação de nossos problemas ao invés da falta deles (o que não quer dizer não ter nenhum tipo de intenção ou desejo de superá-los ou de buscar uma melhor qualidade de vida). Felicidade trata-se de viver com propósito e significado, fazendo coisas com um objetivo maior do que o eu e tendo a sensação de que sua vida importa. Aristóteles compreendia que uma vida virtuosa trata-se de uma vida vivida a partir de nossas virtudes, e não nossos vícios. Para Aristóteles, a virtude significa excelência. Quer dizer, fazer o melhor que você puder dentro do possível. A virtude sempre está no meio-termo entre dois extremos viciosos e condenáveis (faltas e excessos). A felicidade vive em ações virtuosas, enquanto atividades viciosas nos conduzem à situação oposta.

A busca incessante por prazer gera um alto vício por dopamina no cérebro que, para ser saciado, começa a requerer atividades cada vez mais prazerosas (e arriscadas ou prejudiciais em diversos níveis). Por outro lado, o ato de evitar o prazer a qualquer custo também pode ser visto como um ato de rejeitar nosso lado humano. Se nós possuímos a capacidade de sentir prazer, isso quer dizer que esta emoção existe para um propósito. A felicidade consiste em permitir-se viver todos os aspectos da vida humana, dos agradáveis até os desagradáveis, compreendendo que não existem emoções negativas, apenas formas erradas de lidar com estas emoções.

Não basta, para termos uma vida feliz, apenas termos o mínimo para garantir que não fiquemos mentalmente doentes. Sobreviver é diferente de viver. A maneira que interpretamos e vemos o mundo ao nosso redor também gera diversas mudanças em nossa satisfação com a vida. As circunstâncias objetivas podem ser as mesmas. Mas a nossa interpretação pode ser radicalmente diferente, e isso faz diferença no nível de satisfação que temos em nossas vidas.

Acredito que a felicidade é sustentada por 4 principais pilares. Estes pilares são construídos pelo equilíbrio (sem falta mas sem excessos). Seriam eles:

  1. O físico: atividades físicas, saúde física e alimentação adequada. Atividades físicas praticadas em excesso podem fazer tão mal quanto a falta delas. Da mesma forma, devemos nos permitir ter o prazer de, de vez em quando, comermos de forma errada.
  2. A saúde mental: capacidade de reflexão sobre a vida, desenvolvimento individual, crenças, autoestima e satisfação com a vida. Alguns excessos para ficar atento neste pilar são a inalcançável exigência extrema contra nós mesmos, crenças inflexíveis, ficar muito relaxado com a vida que leva e sentir-se superior em relação às outras pessoas.
  3. As conexões sociais: este pilar inclui as diversas pessoas que constituem nossa rede de apoio. São estas pessoas com que podemos compartilhar momentos felizes, desabafar, contar um segredo, pedir ajuda ou uma opinião.
  4. O lazer: hobbies, descanso e diversão. A diversão, o prazer, o descanso e o lazer são tão importantes quanto o trabalho e as responsabilidades. Porém, uma vida feliz e que permita nosso crescimento precisa dos dois.

A busca por felicidade em tempos de pouca conexão humana ou privacidade ou comparações é bastante difícil. O principal objetivo terapêutico não é garantir ao cliente sua felicidade ou dizer o que ele deve fazer para ser feliz. Para Jung, a terapia deve dar autoconhecimento. A função de um bom terapeuta é abrir espaço para que o seu cliente consiga descobrir suas próprias respostas, e refletir sobre formas de aplicar tais respostas na prática. O processo terapêutico não é exclusivo ao consultório. É um trabalho eterno.

Comentários (2)

Muito bom 👏

Parabéns pela matéria!

Deixe um comentário